Reforma da Previdência vai levar netos e avós a disputar emprego

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Aposentado trabalhando

Com reforma da Previdência, disputa por vagas vai se acirrar

Não são nada boas as perspectivas para a economia brasileira. Em março, o IBGE divulgou que o país tem 13,1 milhões de pessoas desempregadas. O Produto Interno Bruto, que mede o valor dos bens e serviços que o país produz num período, está em níveis baixíssimos – crescimento de 1% em 2017 e 1,1% em 2018, com expectativas para 2019 revisadas para baixo seis vezes consecutivas. Esses tímidos crescimentos ocorrem depois de o PIB ter recuado mais de 7% em 2015 e 2016.

Mesmo diante desse cenário desalentador, o governo Bolsonaro segue tendo como foco a “reforma” da Previdência que, se aprovada, deverá agravar esse quadro e aumentar em meio milhão o número de desempregados.

De acordo com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019, os benefícios previdenciários passariam a ser calculados sobre a média de 100% das contribuições – o que rebaixaria o valor final – e somente após contribuir por 40 anos ao INSS o trabalhador teria direito ao valor integral. Além disso, os benefícios assistenciais, como os de Prestação Continuada (BPC), seriam desvinculados do valor do salário mínimo e não teriam garantida nem mesmo a correção monetária. “Isso deverá produzir um importante impacto negativo na renda disponível de um grande contingente de famílias brasileiras de baixa renda”, afirma o economista Marcelo Manzano.

Mais gente, menos empregos

Ele explica que, à medida em que a renda das famílias é negativamente afetada, mais gente acaba sendo forçada a buscar uma alternativa de renda. “Isso significa que a população economicamente ativa deverá se expandir. Haverá mais pessoas no mercado e menor volume de ocupações. A crise econômica que vai para o seu quinto ano já tem obrigado muitos idosos a retornar ao mercado de trabalho.”

Com a reforma da Previdência, ele afirma, essa tendência indesejável de aumento indesejável dos idosos entre a população economicamente ativa. “Seja por conta da extensão dos prazos de contribuição necessários para se poder acessar a aposentadoria, seja porque haverá redução dos valores dos benefícios previdenciários e assistenciais, contraindo a renda dos mais pobres e exigindo o retorno de parte dos não-economicamente ativos.”

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Isenção dos 40% do FGTS

Além disso, uma outra modificação prevista na reforma da Previdência de Bolsonaro propõe isentar as empresas que contratarem aposentados da contribuição para o FGTS, além de desobrigá-las da multa de 40% em caso de demissão sem justa causa.

“Com isso, deverá ocorrer uma disputa espúria entre os diferentes grupos etários no mercado de trabalho, com os idosos (já aposentados) levando vantagem sobre os demais trabalhadores (já que custarão menos para as empresas). Seus filhos e seus netos, que em tese estão passando por etapas da vida em que a garantia de renda é ainda mais fundamental, poderão ficar de fora do mercado de trabalho. Essa reforma, se aprovada, fará com que os avós acabem capturando os empregos dos netos.”

(* Com informações da Rede Brasil Atual – Leia mais

https://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2019/04/reforma-da-previdencia-vai-levar-netos-e-avos-a-disputarem-emprego

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