“Projeto de reforma da Previdência é o mais cruel de todos os tempos”

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Capa do Jornal “Maioridade”

“Eu já tenho muitos anos de estrada e, realmente, nunca vi nenhuma reforma para beneficiar os trabalhadores ou aposentados. Todas as que ocorreram, desde a época de Fernando Henrique Cardoso, foram para tirar direitos dos segurados. Mas, sinceramente, a que está proposta agora bate todos os recordes de maldades, principalmente com os mais pobres”.

A afirmação é do diretor previdenciário da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Volta Redonda, Rômulo de Carvalho, que disse, também, que o pior é que está mais do que provado que a previdência social não é deficitária.

“Economistas independentes, como a doutora Denise Gentil, da UFRJ, e os auditores fiscais da Receita Federal do Brasil já mostraram, com números oficiais, que existe é superávit na seguridade social”, acrescenta Rômulo de Carvalho.

Perda de direitos

O diretor da AAP-VR lembrou que, em 1994, o governo Itamar Franco acabou com o abono de permanência em serviço, devido a todos os que conquistavam condições para a aposentadoria,mas mantinham-se trabalhando, e que, em 1995, Fernando Henrique Cardoso revogou o artigo da lei que tinha o pecúlio, pago a quem contribuísse sem receber benefício.

“Mas foi em 1999, também com Fernando Henrique Cardoso, a primeira grande perda dos trabalhadores, quando ele acabou com várias aposentadorias especiais e, principalmente, implantou o famigerado fator previdenciário, que em muitos casos faz a renda mensal inicial do aposentado cair em mais de 40%. O pior é que o PT foi contra, mas, quando chegou ao poder, não fez nada para acabar com o fator”, afirma Rômulo de Carvalho.

Diretor da RIAAM-Brasil, Rômulo de Carvalho

No atual projeto, segundo o diretor da AAP-VR, a retirada de direitos é muito maior. Ele cita como os que mais prejudicam a população a diminuição do valor da pensão para 60% do que recebia o segurado falecido, já que todas as contas do que continuar vivo não cairão também 40%, e a redução do valor de R$ 998 para R$ 400 do chamado Benefício de Prestação Continuada, devido aos idosos que não conseguiram se aposentar.

“Mais maldades”

“Mais tem muito mais maldades. Na verdade, quase ninguém aposentará aos 65 anos, já que existe um gatilho que aumenta a idade mínima toda vez que o IBGE aumentar também a expectativa de vida do brasileiro. O aposentado que continua trabalhando sai prejudicado, com as empresas deixando de ser obrigadas a depositar o FGTS e a multa de 40% em caso de demissão, enfim quem sairá lucrando mesmo com esta reforma são os bancos, justamente eles que também devem milhões de reais à previdência social”, concluiu Rômulo de Carvalho.

(* Do jornal Maioridade – de Volta Redonda)

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