Idosas se prostituem para sobreviver na Coreia do Sul

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Aspecto do Parque Jongmyo, em Seul, capital da Coreia do Sul

Durante o período de mudanças, crescimento e desenvolvimento na Coreia do Sul, a população venerava os mais velhos. Um dado cultural daquele país que levou milhares a crer que seriam sustentados pelos mais filhos, assim que envelhecessem.

Não foi, de fato, o que ocorreu. Os mais velhos descobriram que as novas gerações têm outras prioridades. Resultado: muitas mulheres idosas tendo que se prostituir para sobreviver.

A seguir alguns trechos de reportagem da BBC.

“Kim Eun-ja passa o tempo sentada nos degraus da estação Jongno-3, do metrô de Seul. Aos 71 anos, ela usa batom vermelho berrante e casaco da mesma cor. E segura uma sacola grande.

Kim é uma entre várias idosas coreanas que ganham a vida vendendo pequenas garrafas que contêm uma bebida chamada Bacchus, um energético muito em voga entre homens coreanos.

Mas muitas vezes não é só a bebida que essas mulheres vendem. Algumas também vendem sexo.

“Você está vendo aquelas senhoras vendendo Bacchus ali?”, ela pergunta. “Elas vendem mais do que Bacchus. Às vezes, elas saem com os vovôs e recebem dinheiro deles”, ela diz. “Mas eu não faço isso. Alguns até pedem, mas eu respondo que não”. Kim diz que ganha US$ 5 por dia vendendo a bebida.

Vítimas do sucesso
Os avôs e avós sul-coreanos são vítimas do sucesso econômico de seu país.

Quando trabalhavam para criar o milagre econômico da Coreia do Sul, investiam tudo o que ganhavam na próxima geração. Em uma sociedade construída em torno dos ensinamentos de Confúcio, o sucesso dos ilhos é a melhor aposentadoria que alguém pode ter.

Mas as atitudes mudaram tão rápido quanto o padrão de vida da população. Hoje, muitos jovens sul-coreanos dizem não ter condições de sustentar os pais em uma sociedade altamente competitiva.

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O governo, pego de surpresa, não consegue oferecer uma rede de segurança que supra as necessidades mínimas da população. Então, os homens e mulheres em Jongmyo Park se veem sem pouçança, sem uma aposentadoria que garanta o básico e sem uma família em quem se apoiar.

“Tenho 60 anos e não tenho dinheiro. Não posso contar com meus filhos. Eles também estão em apuros, porque têm de começar a se preparar para a própria velhice. Praticamente todas as pessoas idosas aqui nesse parque estão na mesma situação”.

Segundo a socióloga Lee Ho-Sun, que vem acompanhando o drama dos idosos que frequentam o parque, muitas das mulheres apelaram para a prostituição na velhice.

Ela calcula que cerca de 400 mulheres trabalham no local.

Além da degradante situação, ainda há o risco das DST – Doenças Sexualmente Transmissíveis.

Mais um trecho da BBC

Com frequência, elas também oferecem aos fregueses uma injeção especial que, supostamente, ajuda os clientes a conseguirem uma ereção. As agulhas usadas para essas injeções chegam a ser reutilizadas até 20 vezes.

Como resultado, 40% dos homens que frequentam o parque estão infectados com doenças sexualmente transmissíveis – diz Lee.

(Leia a íntegra da reportagem no link abaixo)

https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/06/140610_vovo_sexo_coreia_mv?ocid=wsportuguese.chat-apps.in-app-msg.whatsapp.trial.link1_.auin

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